Os 5 erros que quase todo prefeito comete

1 – NÃO ESTABELECER METAS COM SEUS SECRETÁRIOS 

A atuação dos secretários precisa melhorar muito nas prefeituras. É preciso utilizar estes cargos tão importantes para de fato levar melhorias para os moradores da cidade, ajudando nas tarefas do prefeito. É muito comum vermos secretários sendo amigo ou “do grupo” do prefeito, porém sem compromisso com planejar e executar melhorias para a população. 

Para que a cidade possa evoluir de forma planejada, é fundamental que seja estabelecido um plano de metas para a gestão municipal, com períodos contínuos de monitoramento destas metas, que são classificadas em curto prazo, médio prazo, metas anuais e metas de governo. É preciso fazer isso sempre, preferencialmente no início de mandato, criando todo um programa para o município. 

Essas metas podem envolver relacionamento com a iniciativa privada na busca por parcerias, corte de custos em secretarias, monitoramento de indicadores de gestão pública, dentre outras diversas ações que serão apresentadas por meio das reuniões de estabelecimento de metas aos secretários. É muito importante que estas iniciativas sejam validadas com a comunidade em geral. 

2 – ESPERAR REALIZAR OBRAS E AÇÕES PARA SÓ ENTÃO MEDIR A SATISFAÇÃO DA POPULAÇÃO 

O prefeito, em geral, tem receio de ser avaliado e, a realização de pesquisas de opinião pode acabar comprovando isso. Nestes casos, quando há receio do prefeito em ser avaliado, é muito provável que de fato ele esteja mal e, neste caso, retardar a realização de pesquisa de opinião pode ser fatal. 

É muito comum escutar coisas do tipo “acho que estou mal avaliado, vou fazer umas obrinhas ali primeiro para depois contratar a pesquisa”. Nestas situações, a pesquisa acaba sendo realizada entre 9 e 12 meses depois ou acaba nem sendo realizada. Este tipo de pensamento acaba por dificultar a possibilidade de reversão da situação. 

Nesse período, o prefeito perde a chance de conhecer o tamanho da insatisfação e, principalmente, qual a origem e o que fazer para reverter esse processo. Quando esse “choque de realidade” é realizado de forma planejada, antecipada e com as perguntas certas, o caminho para melhoria de avaliação é colocado em prática. 

Afinal, o que é mais fácil: reverter eventual insatisfação tendo ainda dois anos de mandato ou reverter restando apenas seis meses? Para o segundo caso, esqueça. Sua chance de reeleição ou de fazer o seu sucessor é praticamente nula. 

A experiência de muitos anos tem demonstrado que prefeitos bem avaliados tem muito mais chance de se reeleger ou de eleger seu sucessor. 

3 – ACREDITAR APENAS NA OPINIÃO DE PESSOAS PRÓXIMAS 

Este é um dos erros mais comuns de um governante, o qual consiste, basicamente, em acreditar que está fazendo um bom governo, apenas porque as pessoas mais próximas com quem convive o elogiam ou afirmam que está indo bem. 

É preciso ter em mente que o que realmente importa é a opinião do povo. É preciso ouvi-lo, conhecer suas demandas, o que precisa que seja feito, qual a prioridade de cada área, como ele percebe a presença do poder público municipal no seu dia-a-dia, dentre diversas outras questões. 

4 – NÃO VISITAR AS INSTALAÇÕES PÚBLICAS MUNICIPAIS 

Gostamos de dar valor para a opinião da população, pois acreditamos que o poder está nas mãos do eleitor e, desta forma, é preciso que o prefeito mostre (prove) que está junto deles. 

Neste sentido, realizar visitas em postos de saúde, escolas públicas, praças e eventos culturais, deve fazer parte das ações diretas do prefeito e de seus secretários. É preciso que a população perceba que o poder público está preocupado com seus problemas, com a melhoria da cidade e das condições de vida. 

É preciso criar um cronograma dessas visitas, devidamente coordenadas com as áreas de comunicação e marketing para que possam dar publicidade a essas atividades, que são capazes de causar bom impacto junto à opinião pública, além de humanizar a figura do prefeito. 

5 – REALIZAR PESQUISAS DE OPINIÃO APENAS NO ÚLTIMO ANO 

A atividade da realização de pesquisas de opinião deve ser encarada como benefício direto para a população e realizada, no mínimo, uma vez por ano. O que vemos, entretanto, vai na contramão desse pensamento. Em geral, os prefeitos “acordam” para as pesquisas no último ano de mandato, preocupados apenas com questões eleitorais. 

É importante reforçar que as pesquisas podem ser contratadas pela própria administração municipal e que a sua realização envolve benefícios para todos, ou seja, a população tem as suas demandas ouvidas pelo poder público, o prefeito passa a conhecer, de forma periódica, como suas ações estão sendo percebidas pela população e, por último, os secretários possam ter informações sobre suas áreas, facilitando a definição de metas que vão atender às principais demandas da população. 

Existem diversas formas para realizar pesquisas de opinião de forma constante, seja pelo método tradicional de pesquisa nas residências, seja via redes sociais, em eventos ou com usuários de redes sociais. 

Em resumo, é importante que o gestor público atue de forma a não cometer os erros acima, o que implica, basicamente em (1) Criar um bom plano de metas junto aos secretários, (2) Escutar a população de forma constante por meio de pesquisas de opinião, (3) Confiar mais na opinião popular do que nos assessores e conhecidos mais próximos e (4) Estar sempre presente das instalações públicas e dos eventos na cidade.